terça-feira, 30 de julho de 2013

Quem é você para dizer o que eu gosto ou não?

Quisera poder comparar vinhos com coisas diferentes, para não ter que por em xeque minhas certezas neste quesito. Quisera ser fiel ao meu gosto já determinado, para que pudesse contar com uma sólida base de certezas que me permitissem construir minha adega até o fim da minha vida. Deste ponto de vista, feliz era aquele saloio que vivia em seu canto, consumindo os produtos da região, jamais entrando em contato com o desconhecido.
 
Urbano e mundano que sou, a informação de que existem muitos milhares de vinhos no mercado que não conheço me deixa extremamente desconfiado das minhas certezas. Quem sabe entre os desconhecidos exista o vinho do dia-a-dia definitivo. Quem sabe entre eles, exista um vinho igualzinho aquele que gostei tanto, mas muito mais barato.
 
Quem sabe entre eles haja sabores inesquecíveis, surpreendentes, maravilhosos, que não posso me permitir morrer antes de conhecer. Vinho é tão bom quanto o prazer que ele pode me dar, simples assim. Até porque ele não é bom em si, enquanto fenômeno que reúne condições dadas e trabalho humano.
 
Ele é bom, na medida em que atende minha expectativa de prazer. Bom porque melhor de outros similares que já tomei, bom porque tem uma boa relação entre qualidade e preço. Bom porque me deu prestígio junto aos meus amigos, já que eles gostaram muito da minha escolha. Bom porque é diferente dos que conheço.
 
Gosto e degustação
 
Mas qual é a minha verdadeira expectativa? Ser fiel aos vinhos que já gosto, defender com unhas e dentes meu conhecimento adquirido? Nietzsche nos dá uma bela pista a respeito das certezas que parecem definitivas, herdadas que são das gerações anteriores. No livro "O Connaisseur Acidental", de Lawrence Osborne, encontra-se a seguinte citação imperativa, como costumam ser os resultados das pesquisas intelectuais deste herói do pensamento ocidental: "A vida é uma disputa entre o gosto e degustação".
 
A simples citação, mesmo que fora de qualquer contexto, põe em moto contínuo o conflito entre o gosto adquirido e a compulsão por enfrentá-lo e colocálo em xeque. Pois aqui, o gosto é um dado comprovado por práticas que o consolidaram. Gosto da comida da minha mãe, não porque ela ponha duas folhas de louro no feijão. Gosto porque aprendi a gostar assim, através de tanto tempo de experiência, de anos a fio comendo feijão com aquele gosto.
 
Ao me tornar cidadão do mundo, saio por aí experimentando feijões e fico furioso quando constato que há gente por aí que ousa fazer feijão diferente do da minha mãe, quando, para mim, é evidente que aquele é o melhor que o mundo pode criar! Já o degustar é o colocar-se numa posição de questionar o feijão da minha mãe.
 
Experimento outros feijões porque estou aberto a outros gostos desconhecidos. Experimento para confirmar as minhas preferências, experimento porque não temo colocá-las em xeque, seja porque estou absolutamente convencido da primazia da minha escolha, seja porque estou disposto a trocá-la.
 
Ou seja, é assim, mais para comprovar o meu gosto consolidado e menos para contestá-lo, que saio por aí abrindo garrafas de vinhos de todo tipo. A busca e os critérios de valor. Procuro tateando, determinando horizontes. Eu - que não gosto de vinhos de sobremesa, que prefiro vinhos gastronômicos com acidez presente - não fico por aí experimentando tudo que é late harvest que me propõem.
 
Não fico procurando vinhos cheios de taninos de madeira americana, que também não gosto muito. Enquanto tive uma dificuldade inicial de gostar de vinhos com este acento novomundista - principalmente no que tange à exigência de maciez, mesmo em vinhos de mesa - aceito com naturalidade vinhos com cheiro herbáceo, com pouca coloração, com pouca gradação alcoólica.
 
Portanto, a procura começa por vinhos quase iguais aos que já assimilei, o que confirma, mas não radicaliza, a tensão entre o gosto e o degustar. Primeiro procuro vinhos com características extremamente próximas às que já fazem parte do meu gosto. Balela procurar extrema objetividade no vinho em si, pois - como acaba de nos dar a chave o filósofo bigodudo alemão, que tanto influenciou a gente como o Freud - a questão do gosto se encontra em boa parte fora da garrafa, fora do terroir, fora da cepa.
 
#Q#
 
A questão está mais na nossa capacidade de enfrentar o novo. Evidentemente, o vinho tem características objetivas que o definem, características de toda ordem que podem ser divididas em conjuntos como as características geológicas, como a composição do solo e seus alimentos; as geográficas, como o clima, índice pluviométrico, variação térmica e insolação; as técnicas como os princípios enológicos a que se submete, como o uso de micro-oxigenação e o carvalho americano; a princípios de mercado, como as opções de cepas compatíveis com determinado solo; e até as sociológicas, como a que tradição agrícola está inserida, quem planta e consome.
 
Sim, é possível estabelecer bases para este critério de valor, bases concretas, a partir de pré-definições que envolvem defeitos reconhecidos como tal, tipicidade, características organolépticas definidas e obrigatórias.
 
Por exemplo, um espumante feito pelo método de Champagne tem a longevidade de sua borbulha como um critério de qualidade reconhecido. Pode ter o gosto que quiser, mas ninguém lhe nega que a longevidade da borbulha é uma característica objetiva que permite uma avaliação de qualidade.
 
Fisiologia
 
Há ainda um outro fator tão objetivo quanto estes para a formação de determinado gosto: as características físicas do próprio degustador. Em teste aplicado na faculdade do vinho de Bordeaux, em 2006, constatou-se que num gradiente de 10 níveis, nenhum degustador profissional era capaz de reagir com a mesma intensidade às moléculas odoríficas diferentes presentes no vinho.
 
Os que se mostraram mais sensíveis a uma determinada molécula, invariavelmente eram menos sensíveis a outras. Concluiu-se então, que não há degustador capaz de treinar sua eficiência para todos os milhares de resultados possíveis que se apresenta numa taça de vinho.
 
Além disso, vivem, no interior de cada degustador outras tantas características subjetivas - como as lembranças ou referências, boas ou más, associadas a determinado perfume, determinada denominação de origem etc. - que influenciam obrigatoriamente o veredicto do degustador, seja ele mais ou menos treinado, não importa. Tudo reunido, permito-me uma reflexão em direção à humildade perante o vinho: profissionais e amadores, não há forma de imperar sobre o gosto, o desgosto e a degustação dos outros.
 
Por: Breno Raigorodsky

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ele apresentou seu Curriculum Vitae em uma garrafa de vinho

Face a concorrência cada vez mais acirrada no mercado de trabalho, particularmente no setor do vinho, um estudante da Normandia, Simon Mathieu, teve a ideia original de fazer seu currículo em uma garrafa de vinho. Com esta abordagem, ele espera se diferenciar e atrair a atenção para si mesmo. Simon Mathieu tem um diploma técnico em Marketing da Universidade do Porto e obteve seu bacharelado em Assuntos Internacionais. Para realizar o seu Curriculum Vitae, Simon Mathieu primeiro procurou a ajuda de um amigo que estuda artes plásticas para projetar seu rótulo. “Tentamos fazer uma etiqueta da forma mais inteligente possível para através dela passar informações importantes e o resultado final foi que eu estava esperando”, disse Norman.
 
No rótulo, o estudante se apresentou e fez um inventário de sua carreira “de uma forma original, combinando suas características pessoais e o que pensa em termos vinho”, O CV foi enviado a várias escolas onde ele pretende continuar seus estudos no comércio viti-vinícola e obter um estágio após a graduação. Simon Mathieu enviou este CV especial para muitas escolas e parece que a ideia agradou, uma vez que ele já recebeu muitas respostas positivas.

Deficientes visuais participam de degustação de vinhos na Serra

Não são incomuns no Brasil degustações de bebidas “às cegas”, realizadas no escuro ou com os olhos vendados, para exigir mais do paladar e do olfato do apreciador. Raras, entretanto, são as versões literais desses eventos, como uma degustação realizada sábado em Bento Gonçalves tendo por convidados especiais 20 pessoas com deficiência visual.
 
A iniciativa, realizada em conjunto pelas vinícolas Pericó, de Santa Catarina, e Aurora, do Rio Grande do Sul, teve lugar na sala de degustação da loja Aurora, em Bento Gonçalves, e foi ministrada por um sommelier de experiência internacional, o jornalista e escritor italiano Roberto Rabachino, que já esteve muitas vezes no Brasil ministrando cursos sobre vinhos.
 
De estatura mediana, elegantemente trajado, Rabachino é o que se esperaria de um palestrante italiano: entusiasmado, movimenta-se o tempo todo, falando alto e complementando a maioria de suas declarações com vigorosos gestos de mão – às vezes se entusiasma tanto que deixa para trás seu tradutor, o enólogo Jefferson Sancineto Nunes.
 
– Eu não uso o termo “deficiente visual”. Prefiro usar a terminologia “diversamente hábil”. E como vocês têm o paladar e o olfato muitas vezes mais aguçado do que aqueles que enxergam, é possível que, na média, sejam mais inteligentes do que eu em matéria de vinho – disse Rabachino.
 
Nas mesas da sala de degustação, sentados dois a dois, os 20 cegos ouvem atentamente. O grupo é heterogêneo, composto de pessoas de diferentes localidades e pertencentes a distintas associações gaúchas e catarinenses, como a Associação dos Deficientes Visuais de Bento Gonçalves (ADVBG) ou a Associação de Deficientes Visuais de Itajaí e Região (ADVIR).
 
O nível de familiaridade com o vinho também variava, de jovens que nem bebem muito, como a cantora Caroline Rasador, 28 anos, de Monte Belo do Sul, até o especialista Rogério Francisco Trucolo, 60 anos, capaz de reconhecer não apenas a variedade das uvas como a vinícola apenas pelo olfato, e sem precisar aproximar muito o nariz da taça.
 
 
Segundo ele, o mito de que as pessoas cegas desenvolvem mais determinado sentido, não dá conta da experiência real, que envolve aprender a tirar proveito das informações fornecidas por outras habilidades.
 
– É uma questão de disciplina para desenvolver habilidades que compensem a falta da visão – diz ele, que é terapeuta holístico e ficou cego aos 24 anos, ao tentar desarmar alguns foguetes que não haviam estourado em uma comemoração de fim de ano.
 
Rogério foi a inspiração para o encontro, cuja ideia surgiu no fim de março, durante uma conversa de sua irmã Sandra Maria Trucolo, diretora do laboratório Enolab, em Flores da Cunha, com o empresário Wandér Weege, proprietário da vinícola Pericó. Ela comentou que o irmão tinha formação de sommelier. O papo derivou para a ideia do evento, concretizada após o diretor-geral da Aurora, Além Guerra, ceder as instalações.
 
Momento de descobertas e memórias
 
Enquanto ministra sua aula, Rabachino intercala considerações sobre a história do vinho em questão com comentários sobre aromas, sabores e propriedades.
 
– Para quem não pode ver o vinho, como vocês, posso dizer que, em 90% dos casos, se o vinho tem aroma de flores ou de frutas de polpa branca ou amarela, como maçã, pêssego ou banana, é um vinho branco. Se tiver aroma de pimenta, de especiarias, de frutas vermelhas maduras, é um tinto – ensina Rabachino.
 
Ao fim da aula, a habilidade do sommelier em passar informações de forma simples foi elogiada por Anderson Dall’Agnol, 21 anos, funcionário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves.
 
– Achei muito boa a forma como ele consegue explicar as coisas de modo simples. Não tenho muito conhecimento ou experiência com vinhos, e não tive dificuldade alguma para compreender – foi a avaliação de Anderson, que tem 20% de visão.
 
Comprovando a afirmação feita logo no início da aula por Rabachino, de que o “vinho é um momento de comparação com o mundo externo”, ao sabor da degustação afloram percepções não apenas sobre a bebida, mas sobre si mesmos.
 
– Hoje eu consegui entender por que eu não gosto muito de vinho branco. Eu não gosto de aromas florais, nem perfume assim me agrada – disse Vera Fuks, 33 anos, colega de Anderson no Instituto Federal.
 
Outros tiveram despertadas na degustação memórias íntimas, como o presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Bento Gonçalves, Volmir Raimondi, 46 anos, ao degustar um dos merlots apresentados no encontro – o aroma e o sabor da bebida o transportaram por momentos para a juventude, quando provou um vinho semelhante produzido por seu pai, que trabalhava em Bento Gonçalves como cantineiro:
 
– Cresci ligado ao vinho. Fiquei feliz ao ouvir ele dizer que merlot é a uva que melhor representa o vinho produzido no Brasil.
 
Por: Carlos André Moreira
Fonte: Zero Hora

domingo, 28 de julho de 2013

Vinho do sertão nordestino com 6 anos de vida e em plena forma

Você já provou um vinho do Vale do São Francisco, Região Vitivinícola em pleno Sertão do Nordeste? E um vinho desta mesma região com 6 anos de idade e mais alguns anos pela frente? Caso não deveria fazê-lo, pois foi o que eu fiz na última terça e faria novamente se me fosse dada a oportunidade.
 
O Paralelo 8 Premium já passou por aqui outras duas vezes, mas não com tanto tempo de garrafa e por coincidência todos foram degustado na casa dos amigos Juberlan e Rejane. Desta vez a harmonização ficou por conta de um lombo suíno.
 
Quando os brasileiros começaram a plantar uvas para vinho no Vale do São Francisco, em pleno sertão nordestino, todo mundo se perguntava se, dali, sairia algo que prestasse. Próximo ao Equador, esse é um terroir novo, muito distante da faixa geotérmica ideal para as cepas viníferas, localizada em zonas temperadas. Com duas colheitas e meia por ano, no lugar do ciclo de um ano requerido pela uva em regiões tradicionais, viu-se logo que a quantidade estava bem longe da qualidade, mas com o tempo e dedicação o nível tem melhorado gradativamente.
 
“Paralelo 8” é um corte, em partes iguais, de Cabernet Sauvignon, Syrah, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Aragonez. As três primeiras são cepas mais antigas, as outras duas integram as variedades portuguesas plantadas mais recentemente. As uvas são colhidas entre junho e julho, quando a variação térmica na região é maior, o que presume um amadurecimento com mais complexidade aromática e concentração.
 
Apesar da idade o vinho ainda estava muito vivo, mostrando cor rubi escura e halo com reflexos púrpura bem claro e lágrimas finas, lentas e abundantes, uma beleza só. Bom ataque no nariz, com notas de fruta vermelha madura (ameixa, framboesa, acerola e goiaba), também apareceram aromas de terra molhada, couro e madeira provenientes da passagem por barricas de carvalho francês novas. Em boca revelou taninos macios e redondos e acidez ainda viva, mostrando bom equilíbrio. Repetiu a fruta madura, o tostado e mostrou notas de chocolate. Final de boca seco de média intensidade com o tostado e notas de evolução aparecendo no retrogosto.
 
Esse vinho sempre foi uma grata surpresa e agora mais uma vez, pois mostrou que o envelhecimento está fazendo bem ao vinho o que faz o vinho figurar na minha relação de Compra Certa.

Como curiosidade o vinho foi servido na visita do Papa Bento XVI ao Brasil.
 
O Rótulo
 
Vinho: Paralelo 8 Premium
Tipo: Assemblage Tinto
Castas: Cabernet Sauvignon (20%), Syrah (20%), Alicante Bouschet (20%), Touriga Nacional (20%) e Aragonez (20%)
Safra: 2007
País: Brasil
Região: Vale do São Francisco
Produtor: Vini Brasil e Dão Sul
Enólogo: Carlos Lucas
Graduação: 13,5%
Onde comprar: Wine in Pack
Preço médio: R$ 90,00
Temperatura de serviço: 18°

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Resveratrol não é tudo isso, é o que afirmam cientistas dinamarqueses

Nos últimos anos, inúmeras pesquisas mostraram os benefícios do resveratrol para a saúde do corpo, sendo uma possível fonte de "eterna juventude". Porém, cientistas dinamarqueses realizaram testes que refutam, ao menos, uma propriedade do composto: aumentar os benefícios dos exercícios físicos para a saúde cardiovascular.
 
Buscando conhecer melhor o funcionamento do resveratrol no corpo humano (os testes anteriores haviam sido feito em ratos), pesquisadores da Universidade de Copenhague recrutaram 27 homens, entre 60 e 72 anos, que foram submetidos a provas físicas durante oito semanas. Todos tinham boa saúde, mas eram sedentários.
 
Os voluntários, então, foram divididos em dois grupos: um que recebeu suplemento diário de antioxidante (resveratrol) e outro que recebeu placebo. Durante as oito semanas, todos eles praticaram exercícios intensos e fizeram exames para comparar as condições cardiovasculares anteriores e posteriores ao experimento. Para a surpresa geral, aqueles que receberam suplementos de resveratrol tiveram os efeitos dos exercícios físicos anulados, como baixa na pressão e nos níveis de colesterol.
 
Segundo os resultados do estudo, que foi publicado no Journal of Physiology, em homens de mais idade, o consumo de suplemento de resveratrol bloqueia muitos dos benefícios trazidos pelos exercícios físicos ao coração. Os pesquisadores ainda alertaram para a importância de realizar estudos em humanos para ter certeza dos benefícios de certas substâncias.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Consumo de vinho está relacionado à mortalidade menor

Um estudo realizado Pela Universidade de Paris Ouest Naterre La Défense e pela Universidade Bordeaux Segalen, ambas na França, concluiu que o consumo moderado de vinho está relacionado a uma taxa menor de mortalidade em homens de meia idade.
 
Durante 28 anos, os pesquisadores acompanharam cerca de 35mil homens, com idade entre 40 e 65 ans, e encontraram forte relação entre o consumo de vinho e baixo risco de morte por doenças ligadas ao coração, pulmão, bexiga e câncer. Em inúmeros, esse consumo moderado pode baixar até 40% a mortabilidade por doenças cardiovasculares e 20% por câncer.
 
Um outro estudo, publicado no Journal of Epidemioloy and Community Health, e levado durante 40 anos, também encontrou relações entre o vinho e uma vida mais longa e saudável. De acordo com os resultados, beber uma taça de vinho por dia pode aumentar a expectativa de vida dos homens em cinco anos.
 
 
Fonte: Revista Adega

Organização internacional tenta salvar variedades da extinção

"A vida é muito curta para beber o mesmo vinho", disse Antonio Graca, enólogo e líder de um grupo de pesquisa e desenvolvimento da portuguesa Sogrape. Enquanto as listas de vinhos estão cheias de variedades interessantes, há muitas outras que são quase desconhecidas e correm o risco de desaparecer. De acordo com a organização internacional Wine Mosaic, centenas de variedades correm o risco de serem extintas. Para tentar impedir que isso aconteça, experts em vinho financiam pesquisas, compartilham informações e melhoram a imagem da uva para encorajar produtores e consumidores a conhecê-la.


 O projeto é ambicioso: "Meu sonho é que em 2015 nós façamos uma degustação com 1,368 variedades e 1,368 degustadores", afirma Jean-Luc Etievent, presidente do Wine Mosaic.

Um estudo preliminar apresentado pelo pesquisador francês Alain Carbonneau, estima que existam 155 variedades mediterrâneas plantadas num espaço de 24 acres (menos de 0,2 acre para cada uma), o que configura uma situação de risco de extinção.

Para o grupo, preservar as variedades raras não é apenas uma questão de diversidade de vinhos. Pesquisas com o DNA das uvas são uma maneira de encontrar mais pistas para montar o quebra-cabeças que é a história do vinho no mundo. Porém, o trabalho não é fácil, uma vez que, após a filoxera, muitas variedades desapareceram, assim como durante as últimas décadas do século 20, quando variedades indígenas foram substituídas por castas de renome internacional.

"Vinicultores tinham vinhas velhas de Carignan e Cinsault, mas preferiram replantar com outras variedades, como a Syrah, cuja área total de plantação é, agora, 10 vezes maior que em 1979. No mesmo período, a Carignan perdeu 143 mil acres, indo de 43% em Languedoc para 13%", explicou Isabelle Pangault. Essa história cotada por Isabelle se repete por tantas outras regiões, mas o Wine Mosaic é otimista: "Eu acredito que as variedades desaparecidas estão nos vinhedos. A morfologia delas torna difícil a distinção, muitas variedades se parecem entre si", conta Antero Martins.

A chave é salvar as uvas tendo em mente que a "utilidade" delas pode demorar a aparecer. "Nós não nos preocupamos com o tempo ou com seu uso imediato. No futuro, encontraremos um lugar para cada uma", finaliza Martins.

Fonte: Revista Adega

terça-feira, 23 de julho de 2013

Usando o saca-rolhas tipo pinça

Por Arnaldo Grizzo

Às vezes, por mais que você tenha cuidado na hora de usar um saca-rolhas convencional para abrir uma garrafa, pode acontecer de a rolha quebrar. Em vinhos muito antigos, cujas rolhas tendem a estar bastante desgastadas pelo tempo, isso pode ser um problema. Contudo, é para evitar esses transtornos que existe o saca-rolhas tipo pinça. Com duas lâminas finas, uma um pouco maior do que a outra, este abridor é desenhado para minimizar o problema da quebra das rolhas. A técnica para abrir com ele é mais complicada do que com os saca-rolhas convencionais, mas a chance de a rolha se partir é quase nula. Sendo assim, explicamos como usá-lo:
 
 
1 - Tire o lacre e limpe o gargalo para retirar qualquer tipo de sujeira que haja sobre a rolha.
2 - Você deve ser delicado ao manusear as pinças. Tente inserilas cuidadosamente entre a rolha e o vidro do gargalo da garrafa. Provavelmente será preciso fazer pequenas rotações para que o encaixe seja perfeito. Mas muito cuidado para não enfiar a rolha gargalo abaixo.
3 - Com movimentos suaves e pequenas rotações para que a rolha desprenda do vidro, vá retirando-a aos poucos. Parece simples, mas requer sutileza.
 
 
Caso ainda tenha dúvida não deixe de conferir o vídeo abaixo.
 
 
Fontes: Revista Adega e Youtube

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Papa e o vinho feito de uvas americanas em Jundiaí

O papa Francisco tomará um vinho fabricado em Jundiaí (58 km a noroeste de São Paulo) durante o almoço e na missa que celebrará no Estado paulista, na quarta-feira (24).
 
O vinho foi indicação de padres paulistas, que o consomem durante as celebrações nas suas igrejas. Um grupo, que é cliente da adega, levou a bebida ao arcebispo Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB (Comissão Nacional dos Bispos do Brasil) e articulador da visita do pontífice a São Paulo, que o aprovou.
 
O papa celebrará uma missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (180 km a nordeste da capital). Durante o almoço, será servido um vinho branco. Na missa, o escolhido foi um rosé.
 
Não é a primeira vez que a vinícola serve um pontífice. O papa emérito Bento 16 também tomou seu vinho quando esteve no país, em 2007.
 
A adega Maziero foi fundada há 70 anos pelos avós de Clemente Maziero, 48, que hoje administra o negócio ao lado do pai, Pedro Maziero, 72.
 
Na propriedade de 12 hectares da família são plantadas as uvas usadas na fabricação do vinho e ficam os tonéis onde a bebida é envelhecida. Também é lá que os clientes podem provar à vontade e comprar os vinhos de sua preferência.
 
A produção é pequena, apenas 60 mil litros por ano. A adega Maziero fornece vinho para cerca de 20 igrejas paulistas, que usam a bebida durante as missas. No ritual da religião católica, o vinho simboliza o sangue de Jesus Cristo.
 
"Em 2007, na vinda de Bento 16, uma comissão de bispos veio até aqui, provou e selecionou nosso produto. Neste ano, os padres que são nossos clientes levaram o vinho até Aparecida e ele foi selecionado novamente", declara Clemente. No último dia 9, membros da igreja foram à adega retirar 60 garrafas de vinho branco e rosé, para a visita do papa.
 
Bebida só é vendida na adega
 
O vinho do papa, como a bebida começou a ser chamada pelos clientes, não é encontrado em supermercados ou adegas, somente na vinícola onde é fabricado.
 
A adega produz vinho branco, da uva moscato; rosé, da uva niágara; e tinto, da uva bordô. Também há as opções de vinho tinto merlot e cabernet sauvignon, mas, nesse caso, as uvas são compradas de outros fornecedores.
 
"Depois de colhidas, as uvas ficam três dias em processo de fermentação natural, sem adição de leveduras artificiais. Ao final desse processo, vão para o barril, onde ficam de seis meses a dois anos envelhecendo."
 
As garrafas de 720 ml de qualquer tipo de vinho custam R$ 16, as de 375 ml custam R$ 9. Maziero afirma que o número de visitantes está aumentando com a curiosidade das pessoas a respeito do vinho do papa, mas ele diz que não consegue medir o impacto do sucesso.
 
A adega recebe de 300 a 400 visitantes por fim de semana e vende em torno de 40 mil garrafas por ano. Apesar do bom movimento, a adega não vai aumentar os preços das bebidas. O mais vendido, segundo o proprietário, é o vinho tinto bordô e, agora, o rosé, por causa do papa.
 
Vinho para missas segue padrão de qualidade diferente, segundo especialista
 
Mário Telles, presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo), diz que o vinho usado nas missas da igreja católica deve ter todos os ingredientes provenientes da uva.
 
"É um vinho mais doce, específico para rituais. O foco não é a qualidade. A uva niágara não é vinífera, ou seja, especial para produção de vinhos", afirma.
 
"Não dá para comparar o vinho da missa com os grandes vinhos de sobremesa italianos, por exemplo. A qualidade das bebidas é diferente porque os objetivos são diferentes", declara.
 
Fonte: Uol Economia

Emma Martin, a garota prodígio de 11 anos que produziu um vinho

Emma Martin, uma garotinha sul-africana de 11 anos, se tornou a produtora mais jovem do mundo ao lançar um vinho - no caso, um Pinot Noir da safra de 2012 da região de Walker Bay, com a ajuda de seu pai.
 
 
Membro da quarta geração de produtores da família de seu pai, Jean-Claude Martin, e da terceira geração do lado de sua mãe, Emma lançou o vinho, de produção de apenas 300 garrafas, em comemoração ao seu aniversário, no dia 16 de julho.
 
A vinícola da família, Creation Wines, foi fundada em 2002, com base nos fundamentos vinícolas tanto da África do Sul, onde a família mora, como da Suíça, onde Jean-Claude Martin nasceu.
 
Fonte: Revista Adega

Conservando seus vinhos


Condições Ambientais da Adega

  • Temperatura: 12 - 18 graus C
  • Umidade: Moderada (50-70%)
  • Arejamento: Moderado
  • Luminosidade: Mínima
  • Vibração: Mínima
  • Localiação: Que atenda a todos os itens

Cuidados com as Garrafas

  • Posição: Deitadas ou de cabeça para baixo
  • Disposição: Brancos e jovens abaico; de guarda acima
  • Manutenção: Rótulo, cápsula e rolha
  • Identificação: Rótulo de garafa ou de prateleira, eventualemente numeradas
  • Registro: Ficha com o nome, origem, safra, características degustativas (visuais, olfatórias e gustativas),  data e local da compra e preço, local de degustação e companhia

Adegas Climatizadas

Para a correta conservação do ambiente proprício à guarda de vinhos, existem à venda armários especiais, sob forma de móveis para a decoração ou para embutir em vãos de casas ou apartamentos. Estas adegas são armários climatizados especialmente desenhados para esta finalidade, permitidno a conservação correta de um grande número de garrafas em pequenos espaços, distribuídos em gavetas ou prateleiras de fácil manuseio. A maioria delas é importada, podendo chegar a preços elevados conforme o tipo, tamanho e recursos oferecidos.
 
No Brasil várias empresas comercializam adegas limatizadas para vinhos. A maioria vende móveis (tipo geladeira /armário para 8 a 300 garrfas) ideiais para apartamentos. Outras vendem aparelhos de refrigeração (tipo ar condicionado para ser instalado em um cômodo da casa com potência suficiente para climatizar espaços de 700 a 10 mil garrafas. Projetos especiais são recomendados para se criar uma adega em sua residência, e o ideal é planejar antes de se construir, para adequar os equipamentos e a isolação térmica à obra.
 
O Tempo Máximo de Guarda
 
O tempo máximo de guarda de um vinho não deve ser o tempo máximo que ele suporta antes de se detiorar (tempo de vida), mas sim o tempo em que ele ainda está na plenitude de suas características, de sua tipicidade. O ideal é tomá-lo no seu apogeu.
 
Fonte: Imigrantes Bebidas

domingo, 21 de julho de 2013

Mulheres que bebem vinho regularmente têm menos tendência a engordar

Um novo estudo mostrou que as mulheres que bebem de um a dois drinques por dia são 30% menos propensas a ganhar peso. Pela pesquisa, Lu Wang, epidemiologista do Hospital das Mulheres em Boston, perguntou a 19.200 mulheres a partir de 39 anos com peso normal os hábitos de bebida delas e o ganho de peso nos últimos 13 anos. Em média, apesar de todas terem engordado à medida que envelheciam, as mulheres que ganharam mais peso foram as que nada bebiam. E o total de quilos adquiridos diminuía de acordo com o consumo alcoólico de cada uma delas.
 
 
As razões podem ser muitas, uma delas é como as mulheres metabolizam o álcool quando comparadas aos homens. - Aquelas que consomem uma quantidade moderada de álcool costumam ter uma ingestão calórica menor de outras fontes não-alcoólicas, particularmente de carboidratos – disse Wang. – Por outro lado, a ingestão de álcool tende a acelerar o metabolismo das mulheres, significando um maior gasto calórico – explicou.
 
Na pesquisa, cerca de 38% (7,3 mil) afirmaram que não bebiam álcool, enquanto quase 6% afirmaram que bebiam moderadamente, ou seja, duas taças de 150 ml de vinho por dia, e cerca de 3% bebiam mais do que isso, cerca de 30 gramas de álcool por dia. Os pesquisadores afirmam que os resultados estavam associados a quatro tipos de bebidas – vinho tinto, vinho branco, cerveja e licor. O estudo afirma ainda que a melhor relação entre peso e consumo de álcool se deu com as mulheres que ingeriam vinho tinto.
 
Segundo a nutricionista e porta-voz da Associação Dietética Britânica, Catherine Collins, é preciso ter cautela em concluir que beber pode ajudar a perder peso.
 
- Seria um erro pensar que consumir álcool vai ajudar a emagrecer. Sabemos que as calorias do álcool contam. Para aquelas que bebem demasiadamente, por exemplo, as bebidas tem um grande impacto no peso – concluiu.
 
Fonte: Uvibra

sábado, 20 de julho de 2013

Que tal se hospedar em uma barrica de vinho?

Em busca de uma maneira mais intimista de hospedar os enoturistas, levando os convidados para dormir em uma área tradicionalmente dedicada à agricultura e vinificação, mas com os benefícios de um bom hotel, uma vinícola de Saint-Emilion acaba de inaugurar uma nova forma de hospedagem: em grandes barricas de carvalho.
 
 
Numa parceria com a tanoaria Seguin Moreau, o Château Vieux Lartigue abraçou a ideia de Frederick Charles Chassagne de transformar barricas de vinho gigantes em pequenas casas - traçando um paralelo, podemos classificá-las como iglus do mundo do vinho - de cerca de 20m², no estilo quitinete, com sofá, cama, televisão e banheiro num mesmo ambiente. A barrica foi colocada em meio aos vinhedos do Château e o preço por noite é de 129 euros.
 
 
 
 
Empolgado com a ideia, Chassagne pretende oferecer o produto , batizado Coup 2 Foudres, a outras vinícolas, tanto na França quanto no exterior.
 
Fonte: Coup 2 Foudres

Derrubando 10 mitos sobre vinhos

O mundo do vinho é repleto de dogmas, mas nem todos devem ser seguidos à risca. Mais do que isso, muitos deles sequer são verdadeiros.

Por Christian Burgos

O mundo do vinho é carregado de rituais. E os rituais costumam gerar dogmas, pontos fundamentais ensinados em uma crença est abelecida ou doutrina; e, por definição, incontestáveis. Essa falta de contestação nos coloca numa situação de conforto intelectual e comport amental, afinal de cont as, "se essa é uma verdade fundamental e absoluta, não tenho como errar ao seguir seu preceito".
 
Isso é social e intelectualmente fundamental para darmos nossos primeiros passos em um certo campo de conhecimento, como o vinho, por exemplo. Mas, quando vamos tendo mais experiências, vemos que aqueles dogmas não são exatamente verdadeiros e de maneira alguma absolutos.
 
Quando nos lembramos daquela segurança inicial com a qual proferíamos e disseminávamos os dogmas essenciais, recordamos da doce ingenuidade de nossa infância e seus mitos. Sendo assim, decidimos elencar alguns desses mitos do mundo do vinho, que servem muito bem a nosso conhecimento e que depois são maravilhosamente destruídos, revelando que este mundo é um eterno desvendar.
 
Você pode até não concordar com os pontos levantados, mas aí só está mais uma prova de que o vinho, além de maravilhoso, é muito democrático.
 
 
MITO 1
 
O vinho melhora com o tempo

Derrubar este mito é como bater em bêbado, mas vamos considerar isso um aquecimento. Na verdade, mais de 90 % dos vinhos produzidos no mundo são feitos para serem consumidos em até um ano após saírem das vinícolas e, depois disso, ou não evoluirão ou ficarão piores.

MITO 2

As regiões para produzir bons vinhos estão entre os paralelos 30 e 50º (norte e sul)

Vamos lembrar nossas aulas de física e pensar que quanto mais subimos em uma mont anha, mais frio fica. Hoje, o conhecimento científico e a prática das plantações em altitude mostra que plantar vinhedos 100 metros mais alto equivale a plantá-los em uma latitude 1o maior.

MITO 3

Vinhos de vinhedos em latada são inferiores

A superioridade da condução em espaldeira é incontestável como método geral, mas, em locais onde o sol é extremo e onde "não chove", os defeitos da latada se tornam suas virtudes. A falta de sol nos frutos e no solo - que normalmente gera muita umidade e proliferação de fungos - serve como proteção para que o fruto não seja queimado e danificado pelo sol. Alguns belos vinhos vindos de verdadeiros desertos têm sua qualidade auxiliada pela plantação de seus vinhedos em latada.

MITO 4

Vinhos brancos devem ser bebidos jovens

Em um país em que os vinhos tintos reinam absolutos, poucas pessoas têm a felicidade de contestar este mito, ou sequer têm o interesse de fazê-lo. Sim, a grande maioria dos vinhos brancos é elaborada para ser bebida jovem, com até dois anos de vida. Essa é a regra geral. Mas a verdade é que alguns vinhos brancos são verdadeiros maratonistas, aguentam um longo percurso e, mais do que isso, ficam melhores a cada ano que passa. Grandes Borgonhas brancos (como os da família Valette, por exemplo), grandes Rieslings (cujos aromas de evolução são tão discutidos nesta edição), os espet aculares Tondonia e outros tão especiais são prova disso. Podemos ir além e mat ar dois mitos em uma garrafada só, ao dizer que é possível (e recomendado, às vezes) decantar um branco, como, por exemplo, um jovem Coulée de Serrant 2005, que pode esperar cerca de três horas para ser degustado em seu esplendor. Assim, vinhos brancos têm que ser bebidos jovens e não devem ser decantados? Mito.
 
MITO 5

Beber faz mal a saúde

Dezenas de estudos realizados nos últimos 20 anos demonstraram cientificamente os benefícios à saúde que o consumo do vinho proporciona. O vinho é um verdadeiro elixir, que faz bem da pele ao coração, passando pelo cérebro, pela diminuição do risco de diversos tipos de câncer e muito mais.
 
MITO 6
 
O vinho faz bem à saúde
 
Os mesmos estudos que comprovaram o benefício do consumo do vinho para nosso organismo quando bebido frequente e moderadamente (máximo de duas taças ao dia parece ser a indicação ideal), desaconselham fortemente seu consumo acima de quatro taças diárias; uma vez que essa quantidade aumenta o risco de várias das mesmas doenças que ajuda a prevenir quando bebido com moderação.
 
MITO 7
 
Vinhos orgânicos e naturais são melhores
 
Como todas as outras premissas, esta também está inexata. Não há duvida de que um vinho cuja produção foi feita sem produtos químicos é melhor para a nossa saúde, mas não é verdade que os vinhos orgânicos e naturais sejam melhores em qualidade que seus irmãos não orgânicos.
 
MITO 8
 
Vinhos orgânicos são mais caros porque custam mais para serem produzidos
 
Esta é uma verdade apenas nos primeiros anos de um vinhedo orgânico, mas, uma vez que a vinha encontra seu equilíbrio e proteção natural, passa-se a economizar pelo não uso de produtos químicos e menor intervenção humana na planta.
 
MITO 9
 
Os vinhos mais caros recebem mais cuidados e assim têm maior custo de produção
 
Os custos de produção sobem até um patamar, depois disso, pagamos mais pelo que representa um determinado vinho do que por sua composição de custos. Valor histórico, reconhecimento, escassez e outros elementos passam a influir mais no preço do vinho que seu custo de produção.
 
MITO 10


Vinho bom é o vinho de que você gosta
 
Este é o mito dos mitos, o grande sofisma adorado pelos iniciantes do mundo do vinho (e por muitos que não são iniciantes). "Bom, se isso é falso, por que meus amigos que entendem muito de vinho falam isso para mim?", alguns podem estar se perguntando. Mas, se eles dizem isso, é exatamente porque são seus amigos, ou então porque não têm tanta intimidade com você... A verdade, entretanto, é que se fala isso para que uma pessoa não abandone o vinho por se sentir contestado, e tenha a oportunidade de degustar mais, aprender mais e começar a divulgar esse sofisma para outras pessoas que estão começando no mundo do vinho. Sim, você tem o direito de gostar do que quiser, e mais do que isso, de tomar o que gost a. Mas esse fato não faz com que o vinho que você gosta seja tecnicamente melhor do que o que você não gosta. Nosso conselho: não se feche em dogmas e esteja aberto a assumir que sempre temos a evoluir em capacidade de degustar e conhecer coisas novas.
 
Fonte: Revista Adega

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Por que os vinhos amadurecem?

Por Renato Pujol

Já se perguntou, por que os vinhos amadurecem? Para responder essa pergunta precisamos ter em mente duas coisas importantes: primeiro que existem vinhos que já estão prontos para serem bebidos assim que são produzidos e outros que ainda estão com aromas fechados, taninos duros e que precisam de um tempo para amadurecer antes de serem consumidos.
 
 
As uvas que são utilizadas na produção de vinhos jovens, de consumo imediato, são aquelas sem controle de quantidade em relação a produção. Normalmente vem de vinhas novas, que conseguem ter grande rendimento, por exemplo, se existem 10 cachos por vinha, o produtor permite que todos cresçam e amadureçam. Fazendo com que as uvas tenham menor concentração de nutrientes, gerando vinhos leves e com pouca estrutura.
 
Já as utilizadas para produzir um vinho a ser amadurecido, tem um controle rigoroso de produção, a quantidade de cachos é reduzida para que os poucos que ficaram recebam a maior quantidade de nutrientes possível. Isso sem contar com a relação do terroir, onde o produtor escolhe o melhor solo, a vinha correta e o clima perfeito para garantir ótimo amadurecimento.
 
Desta forma, entendemos qual vinho pode ser amadurecido ou não. O fato é que o amadurecimento do vinho está ligado diretamente a qualidade e concentração da uva.
 
Esses são os fatores que irão influenciar se o vinho pode ser amadurecido ou não e, diante deles, cabe ao enólogo decidir se o vinho será amadurecido em barricas de carvalho, tanques de concreto ou tanques de aço inox.
 
Barrica de carvalho
 
O amadurecimento em barricas de carvalho traz vários benefícios ao vinho. O que explica o uso frequente desta, que é até hoje sinônimo de qualidade. São eles:
 
 • A cor é intensificada pela reação entre taninos e antocianos (pigmentos naturais responsáveis pela coloração).
• Os taninos jovens e duros são amaciados, fazendo com que o vinho fique mais agradável para beber.
• O vinho ganha estrutura dada pela micro-oxigenação e pelos taninos da madeira.
• A evaporação ao longo do tempo concentra o vinho, de maneira lenta e gradual. Fala-se de perda de 3% do volume ao ano.
 
Tanques de concreto
 
• Amadurecer o vinho em tanques de concreto dá a ele maior estrutura por conta da micro-oxigenação, auxilia no amadurecimento e emprega ao vinho um estilo mais rústico.
• Os tanques de concreto oferecem boa dispersão de calor (seis vezes maior que a madeira) e aproveitam melhor o espaço. Possui grande duração e boa vedação, útil na conservação dos vinhos.

 
Tanques de aço inox
 
• Nos dia de hoje, é o recipiente mais utilizado, principalmente por conseguir controlar perfeitamente a temperatura e pressão durante a fermentação.
• O vinho também pode ser amadurecido sobre as suas borras, dando a ele maior complexidade de aromas e sabor.
• Facilidade de limpeza, desinfecção e esterilização, duração ilimitada, vedação total, possuem inércia química e não conferem aromas e sabores estranhos.
 
Fonte: Wine

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Dieta dos bebedores de vinho é a mais saudável


De acordo com um estudo publicado na revista British Medical Journal, a dieta seguida por aqueles que bebem vinho tinto é mais saudável que a alimentação daqueles que consomem as demais bebidas alcoólicas, como a cerveja.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram durante seis meses a relação entre os volumes comprados de cervejas e vinhos em supermercados e os demais alimentos colocados nos carrinhos dos consumidores.
 

Desse modo, nas 3.5 milhões de compras analisadas, eles identificaram que os consumidores habituais de vinho são os que consomem alimentos mais saudáveis em maior quantidade, como azeitonas, frutas, verduras, leite, queijos, carnes brancas e etc.

Já os consumidores de cerveja estão mais ligados a alimentos industrializados e congelados, como batatas fritas, manteiga e margarina, molhos, bebidas açucaradas e doces.

Fonte: Revista Adega

Vinhos Orgânicos, Biodinâmicos e Naturais



Savio Soares explica as diferenças entre vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais.

Fonte: Youtube

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Rota do Vinho

Reconhecido internacionalmente por ser uma das melhores zonas produtoras do Chile e um dos principais destinos enoturísticos, o Vale de Colchagua está relançando sua Rota do Vinho, que vai desde os Andes até o Oceano Pacífico.
 
 
Integrando todas as zonas produtoras, a Rota integra as vinícolas, hotéis e restaurantes da VI Região. As novas propostas buscam completar o passeio dos turistas e mostrar, em cada terroir, os melhores vinhos produzidos. Nas zonas mais frias, as vinícolas apresentarão seus brancos. Nas demais, os tintos terão preferência.
 
A cultura local também será valorizada, junto com a experiência de elaboração de um vinho próprio, ecoturismo, trekking botânico, windsurf e passeios pelos vinhedos. Estima-se que o enoturismo no Vale de Colchagua chegue aos 150 mil visitantes, que gastam, em média, 300 dólares nas atividades (com destaque para os brasileiros e norte-americanos). Para 2013, a expectativa é que o número cresça 10%.
 
Entre as vinícolas que integram a Rota de Colchagua estão: Bisquertt, Casa Silva, Lapostolle, Montes, Los Vascos, Santa Cruz, Siegel, Cono Sur, Santa Helena, Viu Manent, Luis Felipe Edwards e Santa Rita.